Nesta segunda-feira (20), o Brasil atingiu um marco preocupante no combate à dengue: o país ultrapassou a marca de 5 milhões de casos (prováveis e confirmados) da doença somente neste ano. Os dados são do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde, que também registrou 2.827 mortes confirmadas e 2.712 óbitos em investigação relacionados à dengue nas primeiras vinte semanas de 2024.

A secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, havia estimado em fevereiro que o país poderia chegar a 4,2 milhões de casos ao longo do ano. No entanto, esse número já foi ultrapassado mesmo antes do fim do primeiro semestre, refletindo a gravidade da situação.

O recorde anterior de casos confirmados/prováveis havia sido estabelecido em 2015, com 1.688.688 pessoas contaminadas durante todo o ano. Este ano, o número já ultrapassa em muito essa marca, indicando um cenário de alarme para as autoridades de saúde.

A faixa etária mais afetada pela dengue é a de 20 a 29 anos, com um total de 935.531 casos prováveis. Os estados mais atingidos proporcionalmente à população são Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, enquanto Roraima, Ceará, Sergipe e Maranhão apresentam menor incidência da doença.

É importante destacar que os quatro sorotipos do vírus da dengue estão em circulação no território nacional, com destaque para o sorotipo 1, presente em todos os estados, seguido pelo sorotipo 2, encontrado em 24 estados e no Distrito Federal. Minas Gerais é o único estado até agora a registrar a presença simultânea de todos os sorotipos.

Com a capacidade do vírus de causar a doença em até quatro vezes ao longo da vida de uma pessoa, devido à exposição aos diferentes sorotipos, é essencial intensificar os esforços de prevenção e controle do mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue. Medidas de eliminação de criadouros, conscientização da população e cuidados individuais são fundamentais para enfrentar essa grave situação de saúde pública.