castração química
Comissão do Senado Aprova Castração Química para Reincidentes em Crimes Sexuais
Comissão do Senado aprova projeto que permite castração química para reincidentes em crimes sexuais Segundo texto, criminoso condenado poderá escolher 'tratamento' voluntariamente. Proposta tramita em caráter terminativo na Comissão e, se não houver recurso, vai seguir para a Câmara dos Deputados.
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, por 17 votos a 3, um projeto de lei que permite a castração química voluntária para reincidentes condenados por crimes sexuais. O projeto segue agora para a Câmara dos Deputados, a menos que haja recurso para sua apreciação em plenário.
De acordo com o texto, a castração química será realizada através da administração de hormônios, com o objetivo de reduzir os níveis de testosterona e mitigar a libido dos condenados. O relator do projeto na CCJ, senador Angelo Coronel (PSD-BA), argumenta que o “tratamento” é uma medida eficaz para evitar a reincidência em crimes sexuais.
“O condenado que apresente um perfil voltado à violência sexual terá a oportunidade de reconhecer sua condição e optar pelo tratamento hormonal como forma de intervenção terapêutica e condição para seu livramento,” afirmou Coronel em seu relatório.
O projeto inclui a formação de uma Comissão Técnica de Avaliação para orientar o condenado sobre os possíveis efeitos colaterais do tratamento e suas condições psicológicas, psiquiátricas e clínicas. A castração química é apresentada como uma alternativa ao cumprimento integral da pena, mas a decisão final sobre a reintegração do condenado à sociedade caberá ao juiz.
O relator acatou uma emenda proposta pelo senador Sergio Moro (União-PR), que estabelece que os condenados que optarem pela castração química devem realizar o tratamento por, no mínimo, o dobro da pena máxima prevista para o crime praticado.
Os senadores Jaques Wagner (PT-BA), Paulo Paim (PT-RS), e Humberto Costa (PT-PE) votaram contra a proposta. Wagner expressou suas dúvidas sobre a eficácia da medida, questionando se a castração química resolveria o problema de comportamento dos criminosos.
“Uma pessoa dessas já tem problemas de cabeça, um estuprador. Meu medo: vamos supor que ele aceite fazer e, por conta disso, reduza a pena e seja liberado. Ele, que não terá mais a possibilidade de fazer o que fazia, se tiver optado, ele vai fazer o quê? Vai bater, vai matar, vai cortar o seio da mulher?” disse Wagner.
Originalmente, o projeto de autoria do senador Styvenson Valentim (Podemos-RN) também previa a castração física por meio de cirurgia, mas essa medida foi retirada pelo relator. Angelo Coronel argumentou que a castração física não é constitucional e não atinge o objetivo de reduzir a libido ou o desejo sexual.
O senador Styvenson Valentim agradeceu a aprovação do texto pela comissão, enfatizando que a medida é opcional e visa reduzir o alto número de crimes de violência sexual no país.
“É uma opção para diminuição do número altíssimo de crimes de violências sexuais nesse país. Não é nada ofensivo, porque é opcional. O criminoso reincidente pela mesma prática que passou pela prisão e não foi corrigido, que volta para a sociedade diversas vezes e cometendo o mesmo crime, vai ser submetido a um tipo de tratamento,” declarou Valentim.
Se não houver recurso para que o projeto seja apreciado no plenário do Senado, ele seguirá diretamente para análise na Câmara dos Deputados.