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Desenrola Brasil entra na última semana; saiba como conseguir uma boa renegociação

Desenrola Brasil entra na última semana; saiba como conseguir uma boa renegociação Desenrola já beneficiou mais de 14,9 milhões de pessoas, negociando cerca de R$ 52,25 bilhões em dívidas, segundo dados do Ministério da Fazenda.

Desenrola Brasil entra na última semana; saiba como conseguir uma boa renegociação
Publicado em 14/05/2024 às 16:38

O programa de renegociação de dívidas Desenrola Brasil está na sua última semana, após uma segunda ampliação do prazo. Os consumidores têm até a próxima segunda-feira (20) para renegociar suas dívidas pela plataforma do programa.

Nesta etapa final, somente as dívidas de pessoas enquadradas na faixa 1 do programa podem ser renegociadas. Essa faixa contempla indivíduos com renda mensal de até dois salários mínimos ou inscritos no Cadastro Único (CadÚnico).

Para ser elegível ao programa, o valor original da dívida não pode ultrapassar R$ 20 mil e deve ter sido negativada somente entre janeiro de 2019 e dezembro de 2022. As dívidas podem ser bancárias, como as do cartão de crédito ou empréstimos, ou de outros setores, como contas atrasadas de energia, água e comércio.

Até o momento, o Desenrola já beneficiou mais de 14,9 milhões de pessoas, negociando cerca de R$ 52,25 bilhões em dívidas, segundo dados do Ministério da Fazenda.

Antes de iniciar o processo de renegociação, especialistas destacam a importância de fazer um mapeamento completo das finanças, conhecendo todas as dívidas que a pessoa ou a família possuem.

Priorizando suas dívidas

Marcela Gaiato Martins, diretora da Recovery, ressalta que o primeiro passo para quem está endividado é fazer uma “parada estratégica para identificar todas as dívidas” e responder às seguintes questões:

  • Quais são as dívidas?
  • Quais são as empresas para as quais se deve?
  • Qual é a taxa de juros de cada uma das dívidas?

É importante priorizar as dívidas mais urgentes, aquelas que necessitam de uma renegociação imediata.

“Se a dívida do cartão possui uma taxa de juros maior do que a do financiamento do veículo, então é prioritário renegociar a do cartão. O primeiro passo é ter clareza sobre todas as suas dívidas”, comenta Marcela.

Entendendo o que cabe no orçamento

Após mapear todas as dívidas, o próximo passo é entender quais valores cabem dentro do orçamento pessoal ou familiar.

Marcela destaca que o programa oferece descontos expressivos para pagamentos à vista, que às vezes ultrapassam os 90%. Por exemplo, uma dívida de R$ 10 mil pode ser reduzida para R$ 1 mil. No entanto, se não for possível quitar o valor total de uma vez, é melhor optar pelo parcelamento do que contrair novas dívidas para pagar a anterior.

No caso do parcelamento, é necessário analisar todas as receitas e despesas mensais para definir quais parcelas cabem no bolso, de modo a honrar o compromisso financeiro sem gerar novas dívidas.

Guilherme Casagrande, especialista em educação financeira da Creditas, concorda e ressalta que, na ânsia por resolver o problema das dívidas, é comum as pessoas não considerarem cuidadosamente o valor que realmente podem destinar para o pagamento da dívida mensalmente, e pouco tempo depois de renegociar, acabarem se endividando novamente.

“A gente precisa ter calma, porque se eu aceito qualquer negociação agora e não consigo honrar com isso, provavelmente vou atrasar o pagamento novamente”, afirma.

Consultando todas as opções de renegociação

Após priorizar as dívidas e definir o que cabe no orçamento, é importante consultar todas as opções de renegociação disponíveis.

Na plataforma do Desenrola, as opções para o pagamento da dívida já são apresentadas, e é necessário avaliar qual delas oferece o melhor custo-benefício.

Casagrande explica que o custo-benefício significa encontrar a menor parcela com a menor taxa de juros possível. Geralmente, quanto menor a parcela, maior é a taxa de juros, o que significa um tempo total maior para pagar a dívida e um custo efetivo também maior.

Por exemplo, uma dívida com parcelas de R$ 50 por 10 meses, totalizando R$ 500, acaba sendo maior do que uma dívida com parcelas de R$ 60 por 8 meses, totalizando R$ 480. Portanto, o ideal é encontrar um equilíbrio entre o valor máximo que se pode pagar e os juros (e tempo) que serão cobrados.

Além disso, Marcela destaca a importância de ser transparente com o banco ou outra instituição financeira, deixando claro quanto pode pagar e qual é a sua situação atual, pois para o banco é mais interessante receber a dívida (mesmo que com desconto) do que não receber nada.

Como acessar o Desenrola

Para acessar a plataforma do Desenrola para a renegociação de dívidas, é necessário ter uma conta gov.br, seja ela de nível ouro, prata ou bronze. Todos os usuários podem visualizar as ofertas de renegociação e parcelar o pagamento, se preferirem não pagar à vista.

Também é possível acessar as ofertas pelos canais parceiros do governo federal, como o Serasa e as agências dos Correios em todo o país. Os atendimentos, nesse caso, foram até o dia 28 de março.